quarta-feira, 20 de abril de 2011

Ovulação, fecundação e Nidação




A OVULAÇÃO

Como ocorre a ovulação
Na ovulação, que ocorre mais ou menos a meio do ciclo do ciclo menstrual, o folículo que cresceu mais do que os outros finalmente se rompe e o óvulo é libertado. O local dessa liberação chama-se stigma e o folículo rompido vai formar o corpo lúteo.

Na imagem ao lado é possível ver o óvulo emergindo do folículo, um saco vermelho cheio de fluidos localizado nos ovários (área clara). Ao ser expelido, o óvulo vem envolvido em uma espécie de gelatina amarela contendo células (Traduzido como «corpo amarelo», o corpo lúteo produz um hormônio, a progesterona, que mantém o bebe em crescimento até que a placenta assuma esse papel. Nessa etapa, o ovo não é maior do que um ponto, dificilmente visível a olho nu).

Quando o ovo é liberado pelo ovário, move-se ao longo da tuba uterina (trompa de falópio) rumo ao útero, com a ajuda de saliências mínimas, semelhantes a fios de cabelo, chamadas cílios.

A concepção, se ocorrer, normalmente se dá na parte final da trompa, perto do ovário. Se o óvulo não for fertilizado no espaço de 12 horas depois da sua liberação, o organismo trata de reabsorvê-lo, o folículo seca, a membrana do útero desprende-se e vem a menstruação.

Sinais da ovulação


Embora muitas mulheres não se apercebam da ovulação, cerca de 25% delas sentem dores no baixo ventre, em geral no lado do ovário que estiver a ovular.

Essa dor é chamada de dor do ciclo e julga-se que seja causada pela irritação provocada por fluido ou sangue do folículo quando se rompe. Mas essa dor não é considerada como sinal confiável da ocorrência de ovulação, já que não acontece em todos os ciclos. Um sinal mais concreto da ovulação é uma mudança no muco segregado pela cervix (colo do útero). Logo após a menstruação, o muco é escasso, espesso e pegajoso, tornando-se impenetrável ao espermatozóide. Quando se aproxima a ovulação, o muco torna-se mais ralo e liquefeito, permitindo aos espermatozóides mais saudáveis viajem através dele em grande velocidade. Depois da ovulação, o muco volta a sua consistência inóspita habitual.
Outro sinal da ovulação é uma pequena mas evidente elevação da temperatura corporal.

O momento ideal para a concepção é o Período Fértil da mulher, isto é, quando a ovulação acabou de ocorrer ou está iminente.

A GRANDE CORRIDA DOS ESPERMATOZÓIDES


Quando o homem ejacula na vagina, libera centenas de milhões de espermatozóides a uma velocidade de cerca de 16 km por hora. Os espermatozóides estão misturados a um fluido adocicado que lhes fornece energia para a prova que vão enfrentar. Os mais rápidos atingirão o óvulo em 45 minutos, os mais lentos em cerca de 12 horas. A maioria, porém, nem chega a entrar na corrida – escorrem da vagina, perdem-se ou são destruídos no percurso. Somente umas poucas centenas dos nadadores mais vigorosos conseguirão chegar às tubas uterinas, onde se dá a fertilização.


Obstáculos e Vantagens


Os espermatozóides têm de atravessar a vagina, o colo do útero e o útero, e nadar até as tubas uterinas, antes de atingir o óvulo. É uma distância de apenas 15 a 18 cm, mas equivale a uma pessoa atravessar a nado uma piscina olímpica 100 vezes.
A sorte parece estar contra os espermatozóides, mesmo quando atingem o seu destino.
Ao entrar na vagina, não estão totalmente activos nem são capazes de fertilizar. Só quando atravessam o muco vaginal é que são activados e capazes de penetrar num óvulo.


Milhões se perdem nas numerosas frestas da vagina ou chegam a tuba uterina errada. Outros, sobretudo os mais fracos ou defeituosos, são destruídos pelo ambiente mortalmente ácido (é interessante observar que o óvulo feminino, que contém um cromossoma X sente-se mais confortável nas condições ácidas da vagina do que o espermatozóide, que contém um cromossoma Y). Outros milhões de espermatozóides são empurrados para trás por microscópicos pêlos do interior do útero.

Todavia, outros factores ajudam os espermatozóides. Se a mulher tem um orgasmo durante a relação, parece que as contracções ondulatórias da sua vagina empurram os espermatozóides na direcção do colo do útero – embora não seja preciso ter um orgasmo para engravidar.

Durante o período fértil da mulher, o muco que normalmente forma uma barreira no colo do útero torna-se escorregadio e fino, ajudando o espermatozóide na sua viagem rumo ao útero. A abertura do colo também aumenta, preparando-se para receber os espermatozóides. Estima-se que cerca de 40 milhões de espermatozóides sadios passem pelo colo e atravessem o útero, uma jornada de, como já referi, dura cerca de 45 minutos. As tubas uterinas também segregam muco alcalino que nutre os espermatozóides enquanto eles esperam que o óvulo seja liberado.


Uma questão de sincronia


O momento da concepção depende totalmente de sincronia.
A mulher deve ter um óvulo maduro pronto quando um espermatozóide sadio chega à tuba uterina.

Os espermatozóides podem sobreviver até 4 dias no corpo feminino. Passado esse tempo, morrerão, antes que o óvulo chegue. Isso significa que se a mulher teve relações sexuais 2 ou 3 dias antes da ovulação ainda pode conceber. Por outro lado, os espermatozóides chegam após a ovulação, nunca terão oportunidade de encontrar o óvulo na tuba uterina, pois este dura apenas 12 horas.
E o vencedor é …

Apenas uns 200 espermatozóides chegam ao local da fertilização, mas a corrida ainda não acabou. O óvulo é cercado por milhões de células que o nutrem, e os espermatozóides abrem caminho por entre elas, empurrando-as com as suas caudas. Quando chegam a parede do óvulo, aderem à superfície do mesmo cm a ajuda de uma substância pegajosa. O objectivo agora é penetrar na camada externa do óvulo, chamada corona ratiata, e numa segunda camada, a zona pellucida. Vários espermatozóides podem atravessar a camada externa, mas normalmente só um chega ao núcleo. Quando isso acontece, a cabeça do espermatozóide funde-se com o núcleo do óvulo e este imediatamente cria uma barreira química ao seu redor para impedir a entrada de outros espermatozóides.


O INÍCIO DA VIDA


O óvulo fertilizado, ou zigoto, divide-se e subdivide-se até formar uma bola sólida do tamanho de uma cabeça de alfinete. Composta de 16 a 32 células, essa mesma bola agora chama-se mórula e vai continuar a dividir-se a cada 15 horas, de formas que quando chega ao útero, umas 90 horas depois, já tem cerca de 64 células. Dessas, só algumas vão transformar-se no embrião. O restante delas formará a placenta e a membrana que envolvem o bebé no útero.

Gradualmente, a mórula deixa de ser sólida para se tornar numa espécie de esfera de células cheia de fluido, chamada de blastocisto. A sua superfície é composta por uma única camada de células grandes e chatas, as células trofoblásticas, que se transformam na placenta. Por sua vez, dentro da espera existe um pequeno aglomerado de células que se transformarão no embrião.


Entre 5 a 7 dias após a ovulação, a produção de progesterona está elevadíssima, estimulando o crescimento de importantes vasos sanguíneos que suprem o endométrio. Isso coincide com a chegada do blastocisto ao útero, pronto para se implantar. Nessa fase, o blastocisto mede menos de 0,23 mm e flutua livremente no útero por alguns dias, enquanto continua a crescer e a desenvolver-se.


Por volta de 9 dias após a fertilização, o blastocisto prende-se a parede uterina por meio de saliências esponjosas ( como na foto – Esta é a imagem de um óvulo fertilizado a implantar-se nas paredes do útero! Depois de explicar como ocorre a ovulação e a jornada dos espermatozóides, é tempo de falar do início da VIDA).


Às vezes, a implantação do óvulo no útero provoca uma pequena perda de sangue, também conhecida como sangramento da nidação. Ao implantar-se, o blastocisto é constituído por centenas de células e libera enzimas que penetram na membrana uterina provocando o seu rompimento, o que lhe fornece uma rica mistura de sangue e células para se nutrir.

Depois da implantação, a placenta começa a desenvolver-se e o embrião passa a produzir o hormônio da gravidez, a gonadotrofina coriônica humana, ou HCG. Este é o hormônio detectado nos testes de gravidez.


O embrião leva cerca de 13 dias para se implantar firmemente. É nessa fase que os primeiros órgãos começam a formar-se. Primeiro o sistema nervoso, depois o coração.

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