Relactação é um termo utilizado para a mulher que já  esteve grávida em algum momento da vida e quer voltar a amamentar um  bebê, seja ele biológico ou não. Isso mesmo! É a engenharia perfeita do  corpo humano atuando em favor da alimentação natural.  
Estudos mostram que a relactação ganhou força em situações de  catástrofes, salvando vidas de muitas crianças que ficaram órfãs após a  II Guerra Mundial, as quais eram amamentadas por outras mulheres, sendo  uma fonte segura de alimento. Nos dias de hoje a técnica é amplamente  empregada em comunidades pobres da África e da Índia.  Há relatos de que  em tribos africanas, em 1909, as avós relactavam para amamentar seus  netos por tradição cultural.  
As indicações são muitas, mas no Canadá e no Brasil tem ajudado mamães nas seguintes situações:  
• Aquelas que não puderam amamentar seus bebês logo após o nascimento, por internações maternas ou do bebê;  
• Bebês com alergias alimentares após desmame precoce como, por exemplo, a alergia ao leite de vaca;  
• Mamães que apresentam alguns casos de hipogalactia, que é a diminuição da produção de leite materno;  
• Diante das dificuldades iniciais da amamentação, algumas mamães  desmamam seus bebês por falta de orientação profissional, desmotivação e  influência de terceiros, mas podem ser beneficiadas com a relactação.  
A técnica é muito simples e pode ser conduzida por um profissional de  saúde com sólidos conhecimentos em aleitamento materno: Uma sonda  nasogástrica nº4 tem suas pontas cortadas e aparadas. Uma das  extremidades é afixada com fita hipoalergênica junto ao mamilo e a outra  é mergulhada em um recipiente com leite humano, que pode ser conseguido  em um banco de leite. Ao sugar, o bebê recebe o alimento através da  sonda, ao mesmo tempo em que estimula a produção dos hormônios  hipofisários, prolactina (responsável pela produção de leite) e a  ocitocina (responsável pela ejeção do leite). O interessante é que o  bebê não desiste de sugar o seio porque recebe dele o leite para saciar  suas necessidades, ainda que não seja inteiramente o leite de sua mãe.   
  
Para que as etapas sejam bem sucedidas, é essencial o acompanhamento de  um profissional, além de muita motivação materna e envolvimento  familiar. A mamãe deverá estar disponível para as mamadas que deverão  ocorrer sob livre demanda ou no máximo a cada duas horas, inclusive no  período noturno, onde a secreção de prolactina é mais acentuada. Além  disso, o profissional deve cercar todos os fatores de risco que podem  levar o processo ao fracasso, através de estratégias pontuais e preparo  do ambiente para que a mamãe não fique ansiosa ou viva situação de forte  estresse.  
A boa notícia é que os resultados podem aparecer em uma semana, podendo  levar entre 15 e 45 dias para que a produção de leite se restabeleça por  completo. Vale ressaltar que apesar de 84,8% das mulheres conseguirem  relactar, deve-se considerar que quanto mais jovem for a criança, mais  fácil será para fazer com que ela volte a mamar, por não ter tido  contato prolongado com bicos artificiais e outros alimentos. Além disso,  estudos mostram que relactar é mais fácil quando o intervalo entre o  parto e o início da relactação é menor que seis meses. O gráfico a  seguir ilustra os principais fatores que afetam a relactação:  
  
É possível perceber que o fator mais expressivo é a correta estimulação  das mamas, acompanhado por apoio profissional, desejo e idade do bebê,  apoio familiar e motivação materna.   
      
  Matéria cedida gentilmente pela nossa colaboradora, Enfª Grasielly Mariano
Consultora e Pesquisadora em Aleitamento Materno - COREN 024.093
  A Enfª Grasielly é membro do Núcleo de Ensino e  Pesquisa em ALeitamento Materno da Escola de Enfermagem da USP, autora  de mais de 20 artigos científicos sobre amamentação e relactação e  palestrante em congressos nacionais e internacionais. Na Lactare  PromoPrevent atua como consultora em aleitamento materno e gerente de  projetos para grandes corporações empregadoras de mulheres, elaborando e  gerindo atividades de promoção de saúde e prevenção de doenças à  população feminina.    
  


| Matéria cedida gentilmente pela nossa colaboradora, Enfª Grasielly Mariano Consultora e Pesquisadora em Aleitamento Materno - COREN 024.093 A Enfª Grasielly é membro do Núcleo de Ensino e  Pesquisa em ALeitamento Materno da Escola de Enfermagem da USP, autora  de mais de 20 artigos científicos sobre amamentação e relactação e  palestrante em congressos nacionais e internacionais. Na Lactare  PromoPrevent atua como consultora em aleitamento materno e gerente de  projetos para grandes corporações empregadoras de mulheres, elaborando e  gerindo atividades de promoção de saúde e prevenção de doenças à  população feminina.  | 
 
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